O que dizer de uma semana que começa como esta:

  • A FIESP fala em 130 mil demissões na indústria paulista em 2008 – e na Globonews, o diretor Paulo Francini me pareceu realmente preocupado. O baque na indústria foi tão forte que o setor acabou o ano com menos empregados do que que começou – e olha que o ano foi muito forte!
  • O Serasa nos mostra números péssimos: a inadimplência de novembro ’08 vs ’07 aumentou a bagatela de 28%!! E o valor médio das dívidas bancárias não pagas também aumentou: 7%.

Naturalmente, esses números só irão piorar neste primeiro trimestre. As empresas viraram o ano estocadas, sem necessidade de produzir, até porque a demanda também caiu. E o caixa está apertado para todo mundo (e o crédito escasso). Isso vai gerar mais desemprego e este irá alimentar a inadimplência.

Este círculo vicioso só terá fim quando:

  • Ações de estímulo à produção e ao consumo fizerem efeito – e isto é com o governo
  • O crédito voltar a irrigar a economia real (empresas e famílias) – e isto é com o governo também, com os bancos estatais e finalmente com os privados (nesta ordem)

Coface – sabiam que a nossa seguradora registrou 122 avisos de sinistros em dezembro, contra uma média de 60 ao longo do ano? É outro indicador de quão ruim está o nível de atrasos nos pagamentos e a quebradeira na economia real.

É o fim do mundo? Por mais negativo que eu venha sendo – e acertando, infelizmente -, acho que estamos vendo o pico do processo de desemprego. As empresas precisam parar e ajustar as suas estruturas operacionais para o Brasil de…2006, talvez? Estimo que este processo vá até março. Isso gera comoção e uma grande desorganização na economia. Porém, em breve tudo se estabilizará, ainda que num patamar de produção e geração de riquezas mais baixos do que nos acostumamos nos últimos anos.

Calote – de qualquer forma, saiba que eu, você e todo mundo conviveremos com calotes inimagináveis. Aquela história do “eu conheço o meu cliente”...vai ter quebra grande, em vários setores. Quais? Não sei. Falo por experiência e lógica. Por que? Porque quero influenciá-los para que sejam cautelosos com crédito, só por isso!

Adiantamentos para fornecedores, construtoras, fabricantes de máquinas e similares são decisões de alto risco neste momento.

E lá fora – 70 mil anúncios de demissões. Até o meu ex-querido empregador ING, da Holanda, anunciou 7 mil cortes. Lá fora está pior que aqui, sem dúvida.

Chega por hoje…muito negativismo!

Abraços, F.