Amigos – conforme bem noticiado, o Nouriel Roubini esteve em S.Paulo, em evento promovido pela BTG, empresa liderada pelo jovem bilionário e fera dos mercados André Esteves, ex-sócio do Pactual.
Leiam a boa reportagem da Folha de SP (por Sergio Malbergie) sobre a visita de Roubini. O resumo da ópera é que agora ele parece ter poucas dúvidas que o mundo entrará num tipo de depressão, que arrastará países menos expostos, como o Brasil, para uma recessão. Explico a visão dele:
- Os EUA, que representam 30% do PIB mundial – e uns 50% do consumo mundial (isso ninguém fala!) -, sofrem de “pneumonia” (palavras do Roubini).
- Se o americano não consome o mundo pára, porque não há porque produzir se o não há para quem vender.
- E os EUA só voltarão a consumir quando os bancos voltarem a financiar tais compras e quando o cidadão perder o medo de perder o emprego.
- Dois problemas e duas soluções, ambas nas mãos de Obama & Geithner: o pacote fiscal (que Krugman e outros acham que é pequeno) e o TALF (que é o TARP de Paulson com mais alguns adereços), que não saiu do lugar.
- A Europa do Leste está nocauteada e vai gerar prejuízos triolionários para a Europa rica, pois os bancos alemães, dentre outros, despejaram muito dinheiro por lá, e parte importante da indústria para lá se transferiu. E ninguém quer ajudar os emergentes (agora submergentes) europeus.
- A Europa rica, diga-se de passagem, se auto-nocateou. A “Velha Europa”, como me disse ontem uma cidadã francesa, durante um evento em que fui debatedor, é de um pessimismo “contagiante”. Some-se a isso o ‘pepino’ dos vizinhos orientais…Mon Dieu!
- O Japão, como de hábito, “fechou para balanço”. A população só poupa e a indústria que não quer investir.
- A Ásia toda, aliás, cresceu tanto nos últimos 20 anos porque tornou-se uma plataforma de exportação, seguindo justamente o modelo japonês dos anos 60 e 70. Só que o mundo parou de comprar e países ditos sólidos, como a Korea (do Sul, naturalmente), estão com sérios problemas (nós reclamos no nosso PIB industrial ter caído 17% em janeiro….o da Korea caiu 25%!).
- Sinais de deflação começam a pipocar e a política monetária não faz mais efeito algum (lá fora) – lembram-se de Economia de Depressão, de Paul Krugman?
- E sem os bancos para – em algum momento – apoiar a aceleração da economia, só restará aos governos fazerem política fiscal anti-ciclíca, patrocinando obras e mais obras.
Preparem-se para o PAC Global!
O Roubini era conhecido como Dr.Doom e agora deveria ser chamado de Dr.Reality…
Abraços, F.